terça-feira, 22 de março de 2011

Países não têm amigos, têm interesses

Fico acompanhando no noticiário esse incrível dominó em que se transformou a insurreição dos povos africanos contra seus ditadores. Inevitavelmente o grito pela liberdade sempre foi o som mais alto de se ouvir de um povo oprimido.
Mas, me pergunto se não há alguma influência externa alimentando essa seguida e contínua insurreição, de país a país, ou se é, de fato, um caso de explosão de “não agüentamos mais”.
Sempre comparei o ódio a um meteorito. Ele vem vindo, vai crescendo em calor e raiva e quando finalmente explode, salpica por todo lado sua baba mortal. Como dizia a música do Erasmo “Pode vir quente que estou fervendo”. Resultado, até esfriar já fez muito estrago.
No caso das guerras, esse ódio cresce proporcionalmente ao efeito de “toda ação corresponde a uma reação” e, alimentada pelo poderio bélico e interesse das nações opressoras só acaba quando a essência é alcançada, ou seja, a rendição e a posse pelo vencedor daquilo que interessa, geralmente petróleo.
O Haiti nunca interessou aos senhores da guerra pela simples razão de não ter lá nada para barganhar. Ao contrario da Síria de Gadafhi.
Muamar Gadafhi sempre foi um tirano. Está no governo há mais de 40 anos e nunca foi importunado. Recebia em seu país os líderes governistas, inclusive o nosso ex-presidente, que lá iam tratar de negócios (o país é rico em petróleo) e fechavam os olhos para o que acontecia ao povo. Agora os árabes pediram aos Estados Unidos que interviessem no país onde o ditador estava matando os insurgentes de seu próprio povo. A Inglaterra e França enviaram aviões e entraram logo em ação, com o consentimento da ONU, claro.
Acontece que os Estados Unidos tinham um histórico de Afeganistão e Iraque e não iriam de forma nenhuma invadir mais um. Com os atuais problemas econômicos que enfrentam não cairia bem ao governo de Obama mais uma investida com seus soldados. Seria mais um gasto astronômico. Entretanto, mísseis de longo alcance lançados de seus navios no mediterrâneo poderiam fazer o “serviço”. E fizeram, com certeza, alcançando inclusive a residência do caudilho. Vai daí os árabes negaceiam suas cabeças cobertas de mantos alvos e dizem: “Não precisava exagerar, bastava dar um susto”.
Os Estados Unidos sempre entram pra quebrar, com eles não há nem nunca existiu sutileza. Será que não sabiam disso? Ou será o medo de perder o petróleo? O do Iraque já foi.

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