quinta-feira, 2 de abril de 2009

UM POUCO DE SAUDOSISMO NÃO FAZ MAL

Hoje recebi um e-mail de uma amiga saudosista, mostrando a época em que podíamos tudo e não fazíamos nada. Explicando melhor, podíamos tudo: Ir à praia nos fins de semana. O posto quatro, em Copacabana, era o point da época. Mais tarde passou para o Arpoador. Cinema São Luiz, nos domingos pela manhã para assistir às premiéres, bem isso é o que dizíamos aos nossos pais, na verdade ninguém via o filme tanta era a bagunça e armação da garotada. Tipo despertador na hora em que o mocinho beijava a mocinha ou soltar uma chuva de  papel picado do terceiro andar (o cinema tinha três ou mais andares, não lembro bem). Também para vermos os garotos e sermos vistas, óbvio. Marcar encontro no Bobs em Copacabana depois da seção de cinema das quatro, do Roxy ou Rian. Ali na rua, sempre lotada nessa hora, com um sanduíche e um suco de laranja que não acabavam nunca, o footing era infalível. Sabíamos, na hora, quem estava com quem. A fofoca corria solta. Festinhas na casa de fulano ou fulana eram bem vindas. Carnaval de rua, só na Miguel Lemos onde se pagava para brincar e a vigilância dos pais imperava. Baile pré-carnavalesco impossível deixar de ir ao baile do Hawaii no Iate Clube. Famosíssimo. Carnaval mesmo era no Municipal, com seus desfiles intermináveis das fantasias de luxo. Último dia, nem precisava perguntar, Clube Monte Líbano, na Lagoa. E as festas de formatura, onde colocávamos longos e vaporosos vestidos e saltos altos, nem sempre permitidos? Voltar pra casa de madrugada, de bonde, a turma toda cantando na maior animação. Ir à praia ver o sol nascer e dpois passar na padaria da esquina para tomar aquele café com pão quentinho e muita manteiga. E a Barra da Tijuca? Deserta. Lá só de carro e isso era pra poucos. Enfim, foi gostoso relembrar, e tenho que reconhecer que tive infância, brincando na rua na frente de casa. As portas não eram trancadas e íamos de uma casa para outra, num entra e sai até a noite, quando então nos recolhíamos deixando as brincadeiras e ensaios de passos de dança para a próxima festinha para o dia seguinte. Afinal, ninguém queria tomar chá de cadeira. Essa foi minha fase pré-adolescente.  Não havia perigo de assalto, nem bala perdida. Foi uma época boa. Depois veio o progresso galopante que continua até hoje e agora mais alucinante ainda. Fico feliz de ter vivido aquela época e também de viver a atual. Gosto de tecnologia, de novidade. Adoraria dar uma voltinha num desses super jatos ou até mesmo ir à Lua. Mas, isso fica pra próxima. Dizem que a gente vai e volta, vamos ver se é verdade, se não for eu pego carona num quasar e vou escorregar na via láctea.

3 comentários:

  1. Estive por aqui lendo o seu blog!
    Abraço Ademar!!!

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  2. Este comentário foi removido pelo autor.

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  3. Na padaria tomar aquele café com pão quentinho e muita manteiga. Deserta. Gostoso relembrar,Não havia perigo de assalto, nem bala perdida. Fico feliz de ter vivido aquela época!

    Sabe querida, voce captou também a minha realidade ! depois da noitada eu ia comer pastel na feira e se vangloriar dos feitos da madrugada anterior! Quantas e quantas vezes vínhamos a pé pelas ruas! Namoradas? só se tivesse peito e falasse com o pai da menina! E quem queria ficar preso Por vontade e risco? Valia a pena arriscar uns amaços sem o velho saber! É e sem saber estávamos inventando o ficar de hoe!! Inventado é muita pretensão re-inventado! Isso é coisa velha muda-se o nome e o prazer é o mesmo!!
    Estive por aqui provando do mesmo flash-back Obrigago querida Abraço Ademar!!

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